Sem auxílio, renda de trabalhadores informais pode cair até 37%, diz FGV

A renda dos trabalhadores informais, que trabalham sem carteira assinada, e a dos que foram classificados como “invisíveis” pelo governo de Jair Bolsonaro (ex-PSL), aqueles que não recebem Bolsa Família nem Benefício de Prestação Continuada (BPC), pode cair até 37% se o Congresso Nacional não aprovar rapidamente um novo auxílio emergencial, para mitigar os efeitos negativos na economia, provocados pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19).

A informação, publicada nesta tera-feira (24) pelo UOL, é de um  estudo feito pelos professores Lauro Gonzalez e Leonardo Oliveira, da Fundação Getulio Vargas (FGV).

Mesmo com a concessão do benefício a renda ainda poderia ficar praticamente inalterada para esse grupo de trabalhadores, segundo os pesquisadores que simularam condições diversas para o auxílio com diferenças em valores, público-alvo, gênero, nível de gravidade da pandemia e região do Brasil. A comparação foi feita com patamares de renda usual pré-pandemia.

Uma dessas simulações considera o valor do auxílio de R$ 200. Neste caso, os invisíveis teriam alta na renda de 5% (homens) a 11% (mulheres). No caso dos informais, as variações seriam de -2% e +2%, respectivamente.

Sem os R$ 200, as quedas ficariam entre 28% (mulheres dentro da categoria invisíveis) e 37% (mulheres no grupo informais). Para os homens, as perdas seriam de 23% e 30%, respectivamente.

Se o auxilio for de R$ 250, o aumento de renda seria de 18% a 23% (homens e mulheres invisíveis, respectivamente) e de 17% a 25% (homens e mulheres informais, respectivamente).

Nos meses em que vigorou no ano passado, os valores mensais pagos no auxílio emergencial aprovado pelo Congresso Nacional foram de R$ 600 (R$ 1.200 para mães solo), depois, quando Bolsonaro renovou mais alguns meses, derrubou o valor para entre R$ 300 e R$ 600. No total, o auxílio emergencial foi pago a quase 68 milhões de brasileiros de abril a novembro do ano passado.

Bolsonaro faz chantagem para pagar auxílio

Enquanto parte da população passa fome e milhões de famílias entram para a extrema pobreza (só em janeiro foram 2 milhões), Jair Bolsonaro (ex-PSL) e seu Posto Ipiranga, o banqueiro e ministro da Economia, Paulo Guedes, chantageiam o Congresso Nacional para pagar de três a quatro parcelas de R$ 250.

O governo quer pagar um novo auxílio em troca da aprovação do relatório do senador Márcio Bittar (MDB-AC) que uniu os textos das Propostas de Emenda à Constituição (PECs) Emergencial e do Pacto Federativo, que acaba com  investimentos mínimos obrigatórios em saúde e educação, congela salários de servidores de todos os entes e incentiva as privatizações, entre outras maldades, consideradas verdadeiras maldades por profissionais da educação e da saúde.

A previsão é que o texto do relator entre na pauta do Senado nesta quinta-feira (25). Para a sua aprovação são necessários 3/5 dos votos tanto do Senado como da Câmara, em duas votações. Caso o trâmite ocorra em ritmo normal, a previsão é que a PEC seja votada nas duas Casas, até março deste ano.

Cut

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